SERPENTE ENTRE
OS LIVROS
Certo dia um senhor na Índia foi para sua
biblioteca, e tirou um livro da estante. Ao fazer isso sentiu ima pequenina dor
no dedo, como uma picada de alfinete. Julgou que um alfinete fora espetado por
alguma pessoa descuidada na capa do livro. Mas logo seu dedo começou a inchar,
em seguida o braço, e então o corpo todo; e em poucos dias morreu. Não era um
alfinete que estava entre os livros, mas uma serpente pequena e venenosa. Há
muitas serpentes entre os livros hoje em dia Elas se aninham na folhagem de algumas
de nossas mais fascinantes literaturas; elas se enrolam em redor das flores
cujo perfume envenena os sentidos. As pessoas lêem e ficam encantadas com o
enredo da história, com a perícia dos caracteres agrupados, pelo brilho das
descrições, e dificilmente sentem a picada do alfinete do mal que se insinua.
Mas ele dá a ferroada e envenena. Quando o registro das almas arruinadas for
feito, sobre quantas estará escrito: "Envenenada pelas serpentes entre os
livros!" Cuidemo-nos contra a serpente, e leiamos, apenas aquilo que é
são, instrutivo e proveitoso.