O SÁBIO QUE ENCONTROU UMA EPOSA

                           O SÁBIO QUE ENCONTROU UMA ESPOSA   

                            Mensagem pregada Domingo a Noite  ( Pr Magel )
Cantares 1:6

Salomão muito pensador, estudioso, teve uma grande idéia Preciso conhecer meu povo, caminhar em Jerusalém! O povo só o via nas carruagens, vestimentas reais, etc.

I )- O DISFARCE DO REI

1)- O Rei Decidiu ir disfarçado! Pela madrugada chama os serviçais e diz:
)                       tire-me a capa, roupa real etc.


  •           Vou fazer algo diferente: quero roupa de pastor de ovelhas!

  •           Foi descendo ao palácio, e encontra as sentinelas, e disseram: alto lá pastor)     de ovelhas aonde vai?

  •            Vou conhecer a grandeza do reino de Salomão.(ninguém o reconhecia).

II ) O LAGAR

1 )     Andou o dia inteiro, no fim da tarde, o sol se pondo

a)     ele chegou num lugar onde era a parte mais baixa do reino, chamado Lagar, onde pisava as uvas, para confecção do melhor vinho, que era mandado para o palácio do rei.

b)-Salomão vai entrando no lagar e olha pra trás, vê algo
inusitado:Vê
·         7 torres de atalaia,
·         cada torre um jovem com trombeta de ouro
·          e vestido de branco,
·         preparado para tocar!

2 )- Vai entrando no lagar, onde as jovens vestidas de branco, pisavam as uvas de pés descalços o dia todo, para confecção do melhor vinho.

·         Bem de longe avista uma jovem, bela, formosa!
·         Salomão se apaixona por ela.
·         A jovem olha para o pastor de ovelhas e ele vai aproximando e diz: “Ei moça”!Conte-me um segredo!

Eu posso te contar um segredo, mas “Não olheis por eu ser morena (Ct -1.6a), porquanto eu tenho trabalhado no sol do deserto, pisando a uva, para mandar para o palácio do rei”!

O pastor pergunta : Porque existem 7 torres, 7 trombetas e 7 jovens?


III )- A PROMESSA

1 )- Estas torres só estão aí por causa de uma promessa:
·         O rei prometeu que um dia vai vir aqui no lagar, para nos tirar do deserto,
·         e vai nos levar para o seu palácio,
·         e as trombetas só estão aí, porque quando o meu rei voltar às trombetas irão tocar!

2 ) Moça! Vejo que tua roupa é branca, olho para ti e vejo que em ti não há mancha, não há sujeira em seu vestido.

·         Sabe por quê? Eu trabalho todo o dia esperando o meu rei voltar.
·         Toda tarde desço no riacho, lavo minhas vestes,
·         e deixo-as brancas novamente, e volto, pra cá,
·         porque quando o meu rei voltar, ele não pode encontrar mancha na minha roupa!
·          
O  ÁPICE
·         Apocalipse 22:12-14 Bem aventurado aqueles que lavam suas vestiduras no sangue do cordeiro


IV )- A REVELAÇÃO

11)     Salomão insistente diz: Moça!Não sou pastor de ovelhas.“Eu sou o rei!”
·         .Vim disfarçado, porquanto entrei em Jerusalém e não fui conhecido,
·         porquanto tu me conheceste e eu vou deixar-lhe uma promessa:
·          ”Eu vou voltar para meu palácio, vou preparar um lugar para você, vou voltar segunda vez, para que onde eu estiver, estejais vós também!”.
Salomão teve vários tipos de mulheres, mas amou apenas uma!

Aqui está o segredo: Ct - 1. 6a - 0 “não olheis por eu ser morena”

·         as outras mulheres queriam ficar só no palácio,
·         mas a mulher que Senhor ama, e esta esperando o arrebatamento é aquela que está:
·         Conquistando terras ainda não conquistadas,
·         aquela que esta no deserto tomando sol pisando as uvas e que a cada dia diz:está difícil mas estou esperando o rei voltar! Pisar uva é pra
·         poucos!Sabe por quê?

·          Pisar uva não dá ibope!

·          Não dá dinheiro!

·         Não trás reconhecimento!

·         Não dá mídia! Ninguém percebe!

·         Expor ao sol não trás ascensão ao seu nome, mas só o nome D´ele!


2)- No palácio: 700 mulheres, 300 concubinas. Existiam virgens! As virgens do palácio: virgem não conhecia o rei, virgem só conhece o rei de ouvir falar, não tem intimidade com o rei:
 “eu quero te dizer: você que não tem relacionamento com o rei, você vai sentir mal no céu”!
Nunca teve intimidade com o rei! Nunca passou a madrugada com o rei, só conhece de ouvir falar!

Certo dia de madrugada se levanta Salomão, e diz: vou sair de novo! O serviçal pega a roupa de pastor de ovelhas! Salomão diz: Eu já fui de pastor de ovelhas, agora quero minha roupa de rei! coroa! carruagem! uma comitiva, alguém diz: onde vamos?
No lagar! Mas lagar não é lugar de rei! Mas é o lugar onde está minha noiva! Mas o senhor vai buscar uma virgem?

É virgem! Mas é “A virgem!”. Ela é formosa como a lua brilhante como o sol, formidável com exército, com Bandeiras!

·         3)- 1ª, 2ª, 3ª, 4ª, 5ª, 6ª, na sétima trombeta:

·          A Sulamita para de pisar as uvas, olha para sua roupa, para ver se tem alguma mancha.

·         E ela brada em alta voz: ei-lo aí, eis que ouço á voz do meu Amado!

·          O meu Amado é semelhante ao gamo,

·         o meu amado é semelhante ao filho da gazela. Salomão ouve a voz da sua amada! E brada com alta voz: Eis que ouço a voz da minha amada! Ct 2.10: levanta amada minha! Levanta formosa minha! Já passou o inverno, a chuva já se foi, apareceu ás flores da terra, o tempo de cantar chegou, o tempo de dançar chegou, eis a voz do teu amado, que vem saltando pelos montes, meus cabelos brancos como a neve, e olhos como chamas de fogo.

COMCLUSÃO : O rei esta voltando para buscar uma igreja exposta ao sol do deserto! O Sol escaldante das dificuldades e privações é pra você, Sulamita do Senhor! Não desista, agüenta mais um pouquinho! Fica firme!


·        Quem são os chamados de Bem-Aventurados pelo Senhor aqui?

·        Os limpos de coração, que verão a Deus. São os remidos que terão direito a Árvore da Vida e entrarão na cidade pelas portas.


·        O que estuda de forma sistemática as Escrituras e conhece os sinais, pois é instruído na Palavra.

·        O operoso praticante da Palavra que não será surpreendido pela Vinda do Senhor, pois se preparou para isto.


·        O que permanece vigilante e se santifica até a vinda do Senhor.

·        O que morre no Senhor e descansa nele.


·        O eficazmente chamado que desfruta da comunhão íntima com o Senhor.



·        Os santos ressurretos que reinarão com Cristo.  ( Pr Magel )

HERESIAS E OS FALSOS MESTRES

                                           

                        A LUTA CONTRA AS HERESIAS E OS FALSOS MESTRES

                                                              Igreja Batista Novos Tempos
      

"Cuidado que ninguém vos venha a enredar com sua filoso­fia e vãs sutilezas, conforme a tradição dos homens, conforme os rudimentos do mundo, e não segundo Cristo". Cl 2.8
O ensino falso perverte a fé cristã e produz divisões dolorosas no meio do povo de Deus.
2 Pe 2.1     Assim como, no meio do povo, surgiram falsos profetas, assim também haverá entre vós falsos mestres, os quais introdu­zirão, dissimuladamente, here­sias destruidoras, até ao ponto de renegarem o Soberano Senhor que os resgatou, trazendo sobre si mesmos repentina destruição.
2 Pe 2.2     E muitos seguirão as suas práticas libertinas, e, por causa deles, será infamado o caminho da verdade;
2 Pe 2.3     Também, movidos por avareza, farão comércio de vós, com palavras fictícias; para eles o juízo lavrado há longo tempo não tarda, e a sua destruição não dorme.

Heresia (2 Pe 2:1-3)

As similaridades entre o segundo capítulo desta epistola e a epístola de Judas são tão grandes e óbvias, que quase todos os eruditos admitem que um deles copiou do outro. Alguns creem que Judas copiou de 2 Pedro; mas, a maioria afirma que o presente capitulo foi tomado por empréstimo da epístola de Judas.
"O livro de Judas era peça literária conveniente como base, porquanto o autor sagrado desta epístola desejava mostrar que os falsos profetas, referidos no A.T., podem ser reputados como progenitores espirituais dos hereges gnósticos da Ásia Menor; o material da epístola de Judas, que também ataca o gnosticismo, contém muitas declarações que se adaptam bem a esse tema. Posto que na antiga dispensação havia profetas falsos, não é de surpreender que encontremos, na igreja moderna, elementos falsos, que procuram introduzir doutrinas perniciosas no cristianismo. O capítulo segundo desta epístola é uma exposição sobre a depravação, a falsidade e a natureza destruidora da heresia gnóstica.
2:1:     Mas houve também entre o povo falsos profetas, como entre vós haverá faltos mestres, os quais introduzirão encobertamente heresias destruidoras, negando até e Senhor que os resgatou, trazendo sobre si mesmos repentina destruição.
O sistema gnóstico era a suposta descrição de um meio de salvação. Pintava o homem como criatura decaída, necessitada de ajuda para retornar a Deus. Mas o caminho de retorno era, pelos gnósticos, tido como possível por uma sucessão quase interminável de seres angelicais secundários, todos eles mediadores de alguma maneira. Os gnósticos esperavam que, mediante o «conhecimento», os homens pudessem ser salvos. Mas o conhecimento deles vinha mesclado com o ascetismo, com a licenciosidade, com as artes mágicas e com os ritos secretos de um misticismo falso. Este versículo e Cl 1:20 e ss. mostram que quase todos os gnósticos negavam a doutrina da «expiação» de Cristo como algo que tem valor para o retorno do homem a Deus. Para eles, Cristo não era um Salvador todo-suficiente. Ele seria apenas um outro dos «aeons», que contribuiria com os demais para a salvação do homem. Alguns gnósticos viam em Cristo o mais elevado dos «aeons» e também o Deus criador deste mundo, havendo, naturalmente, muitos outros mundos, com outros tantos deuses e salvadores. Mas alguns gnósticos nem ao menos atribuíam tão elevada posição a Cristo. Eis por que passagens como Jo 1:1-3; Cl 1:15 e ss.; e Ef 1:19 e ss. afirmam tão incisivamente que somente Cristo é o criador de todos os mundos possíveis. E é também por esse motivo que Cl 1:20 e ss. mostra que Cristo é o único Salvador. E é também por isso que 1 Tm 2:5 declara que há «um só Deus» e também «um só mediador» entre Deus e os homens. Os gnósticos negavam a ambas essas proposições. Todas as passagens mencionadas rebatem declarações dos mestres gnósticos. Essa heresia assediou a igreja cristã pôr cerca de cento e cinqüenta anos.
«...falsos profetas...» O autor sagrado passa agora a mostrar que não nos devemos surpreender se falsos mestres surgirem no cristianismo. No antigo Israel também surgiram falsos profetas entre o povo. Isso subentende que, em qualquer era, a comunidade religiosa contará com elementos radicais e falsos, destruidores da fé e do bem-estar espiritual. (Ver Dt 13:1-5; 18:20; Jr 5:31; Ez 13:3 e Lc 6:26 quanto a referências a tais indivíduos, que viveram nos tempos vetotestamentários). Balaão é especificamente mencionado no décimo quinto versículo deste capítulo, fazendo paralelo com a referência em Jud. 11. Ele é um exemplo de profeta falso; e o autor sagrado assevera que haverão muitos iguais a ele nas igreja do N.T.
«...entre vós falsos mestres...», a saber, como os gnósticos que provocavam dificuldades nas igrejas da Ásia Menor. Esses eram «filhos espirituais» dos profetas falsos do A.T., e eram tão depravados e perniciosos como aqueles. Indiretamente, o autor sagrado vincula as comunidades religiosas da antiga e da nova dispensação, dando a entender que a nova é a continuação da antiga. Ora, isso os gnósticos também negavam. Alguns deles admitiam que vários dos profetas do A.T. seriam homens «psíquicos», isto é, dotados de espiritualidade secundária, passíveis de um baixo grau de redenção e glória; mas os gnósticos se imaginavam os «pneumáticos», isto é, homens espirituais em elevado grau, capazes de receber a mais elevada redenção, a saber, a reabsorção na própria essência, com a perda da personalidade, em que o ego se tornava então o superego. Os «psíquicos» seriam remidos através da «fé», ao passo que os «pneumáticos» o seriam através do «conhecimento», o que, na concepção dos gnósticos, era superior à fé. E à maioria dos homens os gnósticos classificavam como «hílicos», isto é, «terrenos», totalmente incapazes de serem remidos, porquanto estavam assoberbados pela «matéria», o «princípio do mal», nunca podendo desvencilhar-se dela, pelo que deveriam perecer juntamente com a matéria, em meio a grande conflagração.
A passagem de 1 Tm 1:4 contradiz essas ideias gnósticas, mostrando-nos que a vontade de Deus é que todos os homens sejam salvos. Daí se infere que todos os homens podem ser remidos. Pelo que se tem dito aqui, pode-se ver que razões há para chamar os gnósticos da Ásia Menor de «falsos mestres». Além de seus erros doutrinários, eles se mostravam ascetas ou libertinos, ou seja, negavam o bom senso da ética cristã. A variedade gnóstica que perturbava as igrejas da Ásia Menor era a variedade libertina, conforme este capítulo passa a mostrar.
«...dissimuladamente heresias destruidoras...» Alguns tradutores prefe­rem dizer aqui «secretamente»; e outros dizem «em particular». Os métodos de ensino dos gnósticos eram subversivos. Nunca entravam em uma comunidade declarando em que criam. Mostravam-se astutos, procurando firmar o pé, antes de dizerem sua posição. O termo grego «pareisago» indica «trazer secretamente», «trazer maliciosamente». A metáfora tencionada é a de um «espião» ou «traidor», cujo propósito é o de prejudicar ou destruir, que oculta o seu verdadeiro intento. (Comparar com o quarto versículo da epístola de Judas—os falsos mestres «...se introduziram com dissimula­ção...», isto é, sem serem percebidos ou temidos da parte de pessoas simples e inocentes, que confiavam demais nos outros).
«...heresias...» O vocábulo grego «airesis» vem do verbo que significa «escolher», ou seja, indica, basicamente, «selecionar uma doutrina ou uma atividade». (Ver At 5:17; 15:5 e 26:5). No grego antigo, essa palavra era usada para indicar qualquer «seita», como a dos fariseus, a dos saduceus, etc., dando-lhe um sentido em coisa alguma negativo. Gradualmente, porém, o sentido negativo foi sendo atribuído ao termo. Ficou assim subentendido que tal «escolha» diferia da escolha normal dos cristãos. O primeiro uso da palavra, no N.T., descreve homens «facciosos» na igreja, por razão de busca pessoal de poder e egoísmo. Muitos existem que possuem credos ortodoxos, mas que, de acordo com o ponto de vista do N.T., são «hereges». Todos quantos causam divisões, criando denominações e erigindo para si mesmos pequenos reinos, difamando a outros em suas prédicas e se envolvendo em «lutas de poder» na igreja ou suas organizações, de acordo com essa definição, são «heréticos». (Ver 1 Co 11:19 e Gl 5:20).
No presente versículo, porém, certamente está também em foco um sentido que essa palavra adquiriu posteriormente. Os gnósticos ver significado em ebdareiabranca ajuda, causavam divisões, mas também «preferiam» um sistema doutrinário contrário ao do cristianismo moral, sendo assim «hereges» no exato sentido em que esse vocábulo tem na atualidade. Defendiam doutrinas não-ortodoxas, criando uma mensagem que não era a boa mensagem cristã.
«...destruidoras...» Essencialmente por causa da vil posição a que reduziam a pessoa e a obra de Cristo. Para os gnósticos, em sentido algum Cristo era «ímpar», como «o Filho de Deus», pois seria apenas uma, dentre muitas emanações angelicais ou «aeons», um, dentre muitos mediadores e salvadores. A obra de Cristo seria significativa, mas não sem-par. Evidentemente, não viam valor em sua morte como expiação definitiva pelo pecado. Imaginavam que a destruição do corpo físico é que os libertaria do pecado, e de que agora a alma é libertada de seus maus resultados através de ritos mágicos. Quanto à ética, os gnósticos combatidos nesta epístola se mostravam totalmente licenciosos. Eles «puniam» o corpo com a depravação, pois imaginavam que tal ação cooperaria com o desígnio do sistema do mundo, que visaria destruir eventualmente o corpo, a fim de libertar a alma, permitindo-lhe o seu vôo para a realidade última. Portanto, suas doutrinas éticas transtornavam a conduta cristã apropriada, levando os homens para longe de Deus, e não para perto do Senhor, pois «sem a santificação, ninguém verá a Deus» (Hb 12:14).
«...renegarem o Soberano Senhor que os resgatou... » Os gnósticos negavam que Cristo é «soberano» no sentido afirmado pelo cristianismo normal, fazendo dele apenas um dos «aeons». Para eles, Cristo não era «Senhor» em qualquer sentido veraz, porque seria apenas um senhor entre muitos. Mas o trecho de Cl l:15 e ss. expõe vários pontos da superioridade de Cristo, e essa passagem foi escrita especificamente para definir o «senhorio» de Cristo, em contraste com a posição secundária que os gnósticos atribuíam a ele. O termo aqui usado no grego é «despotes», traduzido aqui por «Senhor». E esse era o vocábulo que os gnósticos davam ao governante absoluto. Dentro do sistema deles, havia muitos senhores angelicais, as emanações divinas ou «aeons», muitos dos quais tinham áreas sobre as quais governavam. E os gnósticos não tinham Cristo como o Senhor dos anjos, conforme se aprende em Ef 1:19 e ss. e Cl 1:16. Esse vocábulo é usado por dez vezes no N.T.; por cinco vezes com o sentido de «senhor de uma casa», o governante absoluto de um clã. Ao referir-se a Deus, indicava Deus como o dirigente absoluto do universo. (Ver Lc 2:29 e At 2:24 quanto a esse vocábulo usado para indicar «Deus». Comparar com Cl 2:19 quanto ao fato que os gnósticos não reputavam Cristo como «o Cabeça»).
«...os resgatou...» O grego diz aqui «agoradzo», «comprar». (Comparar com 1 Pe 1:18,19, onde se vê que é o «sangue de Cristo» que compra, embora ali tenha sido usado um termo grego diferente do daqui. Assim sendo, a negação feita pelos gnósticos tinha algo a ver com a rejeição da expiação de Cristo como elemento de valor no plano de redenção. Eles pensavam que poderiam livrar-se do pecado abusando do corpo, promovendo a fuga da alma para o campo da realidade final, mediante ritos mágicos, conhecimento para os iniciados—um falso misticismo. Tudo isso, segundo a concepção deles, eliminava a necessidade de expiação pelo pecado, segundo o N.T., ensina. A maioria dos gnósticos tinham o ponto de vista «docético» sobre Cristo, isto é, que a sua natureza humana seria ilusória; sua vida como homem seria apenas um «ato» fingido da parte de um «aeon» qualquer; e os sofrimentos de Cristo não teriam sido reais, o que eliminava mais ainda qualquer valor em sua expiação. Essa é a idéia de expiação, subentendida no presente versículo. Cristo torna os homens propriedades suas, mediante o valor de seu sangue vertido.
Não precisamos estender a metáfora a ponto de perguntar «para quem» foi pago o preço. Alguns têm imaginado que o preço foi pago para «Satanás», e outros pensam que o foi para «Deus», como que para aplacá-lo e tirar-lhe da mente a idéia de julgar aos homens. A metáfora usada não precisa ser desenvolvida a esse ponto; e, se assim o fizermos, cairemos em problemas teológicos. (Ver Hb 10:29; onde são mencionados aqueles que pisavam ao Filho de Deus e profanavam o sangue do pacto, através do qual tinham sido consagrados).
«...repentina destruição...» O fim de tais heréticos é a perdição, e não a salvação, embora totalmente imaginassem que seu sistema, por eles mesmos criado, pudesse levá-los à salvação. (Comparar isso com Judas 4,15,17). A condenação dos hereges é certa e terrível, sendo pintada como algo que subitamente lhes sobrevirá. (Ver Cl 3:6). No presente versículo, mui provavelmente, o autor pensava sobre a «parousia» como aquele acontecimento que trará súbita perdição para os hereges; e ele esperava tal acontecimento para seu próprio período de vida terrena, conforme fica demonstrado no terceiro capítulo desta epístola. Seja como for, conforme Deus computa o tempo (ver 2 Pe 3:8), esse acontecimento e a subsequente perdição eterna dos heréticos não podem estar mesmo longe.
«Há um melancólico humor na advertência que todo aquele que introduz heresias destruidoras na igreja, traz súbita perdição para si mesmo, 'reservados para o dia do juízo e destruição dos homens ímpios' (2 Pe 3:7). O jogo de palavras com o termo grego 'apoleia' (perdição) é intencional e eficaz». (Barnett, in loc).



Se este versículo não ensina outra coisa, pelo menos ensina que Cristo soluciona, em favor do crente, o problema de lealdade. Ser alguém cristão é ter a Jesus como seu Senhor; e ninguém tem a Cristo como seu Salvador se também não o tem como seu Senhor e vive de modo a ser uma comprovação desse fato.
2:2: E muitos seguirão as suas dissoluções e por causa deles será blasfemado o caminho da verdade;
É impossível alguém salientar em demasia o imperativo moral do evangelho. Ele nos ensina que a verdadeira santidade, produzida pelo processo santificador, é imprescindível para a salvação. (Ver 2 Ts 2:13, que declara exatamente isso; e ver 1 Ts 4:3 quanto a «santificação»). Na vida do crente, a santidade deve ser algo mais do que meramente «forense», ou seja, envolve mais do que o decreto divino que nos declara santos em Cristo. Também deve tornar-se uma realidade vivida diariamente. O trecho de Rm 3:21 mostra que o crente deve vir a participar da própria santidade de Deus. E isso não é mero ideal teológico; é mister que se torne uma realidade na vida do crente. Por essa razão é que o Senhor Jesus ordenou-nos ser «santos como é santo vosso Pai celestial» (Mt 5:48). De fato, não pode haver salvação sem essa santidade. (Ver Hb 12:14). A salvação pode ser comparada a uma corrente com vários elos. Acha o homem em qualquer lamaçal onde ele se encontra submerso. Desce até qualquer nível de depravação. É nesse ponto em que o indivíduo pode começar a confiar em Cristo, experimentando a conversão. Porém, a corrente de ouro da salvação não nos abandona ali e nem meramente declara que somos santos, se de fato não o somos. Pelo contrário, o homem sai da masmorra e segura firme o elo da santificação. Por intermédio disso ele é levado até à «glorificação», ao elo da corrente de ouro que atinge a realidade final, aos lugares celestiais (Ef 1:3). Sem esse elo da santificação interrompe-se a corrente e a salvação não pode tornar-se uma realidade.
Exatamente nesse ponto é que os gnósticos tanto falhavam. Transformavam a santidade cristã em licenciosidade. Imaginavam que toda a forma de depravação corporal ajudaria a destruir o corpo; e eles pensavam que o corpo físico é a sede do pecado, por participar da matéria, o princípio pecaminoso, segundo eles pensavam. Daí supunham tolamente que um homem pode abusar de seu corpo mediante várias depravações, especialmente de natureza sexual, sem que a alma em nada fosse prejudicada. Portanto, os gnósticos não entendiam que tanto a alma como o corpo são santos, e que tanto a primeira como este último serão finalmente remidos (ver 1 Co 15:20,35,40). Portanto, o trecho de Rm 12:1,2 retrata a santidade como algo obtido mediante a apresentação do «corpo» a Deus, como um sacrifício vivo.
O que sucedia no sistema gnóstico é que a antiga ética paga veio a ser aceita como prática oficial, através dessa distorção teológica. O vício e o pecado se tornaram a prática oficial e aceita, mediante o truque sofista que a depravação ajuda na destruição do corpo, e que isso é recomendável. Os gnósticos, por conseguinte, haviam desistido da batalha moral, tendo divorciado a santificação da inquirição espiritual. (Isso pode ser confrontado com o trecho de 2 Tm 3:6, que afirma: «Pois entre estes se encontram os que penetram sorrateiramente nas casas e conseguem cativar mulherinhas sobrecarregadas de pecados, conduzidas de várias paixões»). Os «falsos mestres» incluíam, em suas doutrinas, que a licenciosidade sexual é benéfica para o progresso espiritual do indivíduo; sempre conseguiam encontrar certas mulheres, nas igrejas, dispostas a se submeterem a toda a forma de atos depravados, tendo aceito a posição gnóstica.
«...será infamado o caminho da verdade...» Os próprios mestres falsos haveriam de difamar a ética cristã e sua doutrina de santidade. Mas os de fora, contemplando a igreja conduzir-se como um bordel, e seus «líderes» agindo como se fossem os gerentes do mesmo, haveriam de «zombar» do «caminho cristão», e com razão.
Na epístola de Judas, a lassidão em questões sexuais (perversão focalizada acima de todas, neste versículo), é tratada como um correlato de heresia. (Ver Jd 4,6,8,13,18 e 23). Notemos que aqui o grego usa uma forma plural da palavra aqui traduzida por «práticas libertinas», o que provavelmente indica que os falsos mestres se ocupavam de grande variedade de depravações sexuais, juntamente com outros hábitos morais duvidosos. Seus atos eram variados e freqüentemente repetidos.
«...caminho...»A fé cristã veio a ser conhecida como «o Caminho». (Ver At 9:2; 22:4; 24:14 sobre isso). O «Caminho» seria ridicularizado por estranhos ao virem que tornava os homens ainda mais paganizados que antes. Tudo isso negaria o poder de Cristo, o qual é «...o Caminho...», no dizer de João 14:6, transformando-o em agente de depravação, e não de santidade. (Isso pode ser confrontado com o trecho de Rm 2:24, onde se vê que Paulo acusou os judeus de fazer Deus ser blasfemado entre os pagãos, devido à sua conduta, em contradição à doutrina judaica. Comparar também com 2 Co 6:3, onde Paulo exorta os líderes da igreja a terem cuidado com sua conduta, para não ser «censurado» o ministério). Se fazemos parte da igreja, e especialmente se ocupamos posição de liderança, o que fazemos afeta a avaliação de outras pessoas acerca de Cristo e da fé que ele ensinou. Somos os únicos representantes de Cristo com que algumas pessoas contam. Eles o julgam, com a sua fé, por nosso intermédio. De nada adianta dizer: «Não deveria ser assim». Esse é um fato inegável, que não se pode mudar.
«A semelhança de Pied Pipers, suas palavras suaves engodam os que buscam o novo ensinamento, conduzindo os inocentes à lenta mas firme desintegração de suas mentes, afetos e vontades». (Homrighausen, in loa). Os falsos mestres transmutam «o Caminho» no «caminho de Balaão» (ver 2 Pe 2:15).
«...verdade...» Temos aqui o evangelho em sua verdade ética, representado nos escritos e na predica apostólicos. Provavelmente os gnósticos exageravam e pervertiam a doutrina cristã (especialmente paulina) da «liberdade» acerca de questões indiferentes, transformando-a em libertinagem. Desse modo é que eles «deturpavam» o sentido dos escritos paulinos (ver 2 Pe 3:16). Assim também Ecumênio descreveu os nicolaitas e os gnósticos como «extremamente profanos em suas doutrinas e em sua conduta». Clemente de Alexandria fala acerca das «vidas despudoradas» dos falsos mestres, o que trazia «infâmia» contra o bom nome do cristianismo.
2:3: também, movidos pela ganância, e com palavras fingidas, eles faraó de vos negócio; a condenação dos quais já de largo tempo não tarda e a sua destruição não dormita.

Este versículo é paralelo a Jd 11 e 16. Os falsos mestres abandonam o juízo correto e o senso espiritual, em troca da «obtenção» do erro de Balaão, tornando-se lisonjeadores, a fim de obterem vantagens financeiras. Os falsos mestres, se utilizam da «religião» para obterem vantagens pecuniárias. Aproveitam-se dos sentimentos religiosos de outros a fim de promoverem seu próprio enriquecimento. Jesus repreendeu os líderes religiosos do judaísmo, devido ao seu hábito de «roubarem» as casas das viúvas. Obtinham as propriedades das viúvas por meios ilegais, ou então encorajavam-nas a doarem as mesmas ao templo; e daí, o passo era bem curto, até cair tudo nas mãos deles. (Ver Mt 23:14). Quantos líderes das igrejas evangélicas ortodoxas de nossos dias tiram proveito dos sentimentos de mulheres idosas e as encorajam a «lembrarem da igreja» em seus testamentos, assim furtando a família dessas viúvas? Outros se têm enriquecido através de campanhas de evangelização e de curas, que atraem muitos milhares de pessoas. Mais de um «evangelista» de nossa época se tem feito um milionário. Portanto, é possível que pessoas «ortodoxas» se envolvam na «comercialização» da fé cristã.



Os falsos mestres tiravam bom proveito de suas «atividades religiosas». Eles anelavam por satisfazer seus desejos físicos; cobiçavam dinheiro. A acusação de avareza é lançada contra os falsos mestres mediante os termos «...palavras fictícias...» O evangelho gnóstico, que parecia tão bom e atrativo, uma vez apanhada a atenção dos símplices, para os falsos mestres se transformava em um meio de vida, em uma fonte de ganhar dinheiro ilicitamente. O autor sagrado, pois, contrasta essa corrupta mensagem com a «verdade» (o evangelho pregado pelos apóstolos, ver o segundo versículo deste capítulo). Assim, também Paulo falou sobre homens sinceros em contraste com os que «mercadejam» com a Palavra de Deus (ver 2 Co 2:17; comparar também com Tg 4:13). Os falsos mestres exploravam o sexo e as aventuras financeiras. Eram exploradores do corpo das mulheres que de nada suspeitavam, bem como exploradores financeiros dos discípulos que conseguiam fazer. Não admira que epístolas como as de Colossenses, 1 e 2 Timóteo, Tito, 2 Pedro, Judas e as três epístolas de João tivessem sido escritas contra tais homens. É triste a situação quando homens supostamente espirituais se tornam «comerciantes, e não profetas».
«...para eles, o juízo lavrado há longo tempo não tarda...» Isso concorda com outras passagens bíblicas que pintam o pecado como algo que Se acumula, envolvendo uma condenação necessária, até que o cálice encha e transborde, na forma de um severo e final julgamento. A acumulação de pecado não pode resultar em julgamento «tardio». Espumeja e ferve, até que resulta em julgamento.
«O juízo é representado como algo vivo, desperto e expectante. Desde há muito o juízo deu início à sua carreira, em sua vereda destruidora; e a sorte dos anjos que caíram, e o dilúvio e a destruição de Sodoma e Gomorra foram apenas ilustrações incidentais de seu poder; e desde então não se tem mostrado tardio... “Continua avançando, forte e vigilante como quando a princípio saltou do peito de Deus, e não deixará de atingir o alvo que lhe foi apontado desde a antiguidade.
(Salmond e Lillie).
«O juízo foi proferido desde a antigüidade no caso de muitos pecadores similares; não é letra morta, e também sobrevirá prontamente a esses homens».
O autor sagrado tinha em mente o julgamento que será inaugurado pela «parousia», um fato que ele não via como distante. Então é que o julgamento será levado à sua plena fruição (ver o nono versículo). O presente versículo ensina, como o N.T. o faz por toda a parte, que o «julgamento» terá lugar quando da «parousia» ou segundo advento de Cristo, e não quando da morte física do individuo. embora, sem dúvida, algumas formas preliminares de julgamento se verifiquem no «mundo intermediário», tal como sucede até mesmo neste mundo. O que fica implícito em 1 Pe 4:6, em vinculação com 1 Pe 3:18-20, é que, até ao tempo da «parousia», a redenção é possível, embora sempre por intermédio de Cristo e da fé nele.
«...não dorme...» Trata-se o julgamento de algo como que vivo, que tem um desígnio e um propósito inevitáveis. O termo aqui traduzido por «dorme» é o mesmo aplicado às virgens imprudentes da parábola de Mt 25:5. No dizer de Strachen, in loc, em Is 5:27 essa palavra «...é usada para indicar os instrumentos da ira de Deus, utilizados contra aqueles que são culpados de abusos sociais». (Este versículo pode ser comparado com 1 Tm 6:5, onde a obtenção de dinheiro é vinculada à «impiedade», como se a profissão religiosa falsa fosse meio de iniquidade).
A justiça é inevitável. A demora aparente não é prova de que a justiça foi esquecida neste mundo. Precisamos postular uma justiça eventual, que trará a retribuição ou o galardão. É óbvio que isso não ocorre plenamente neste mundo. Contudo, confiamos em Deus, de que ele trará isso eventualmente. De outro modo, este mundo seria governado caoticamente. Moralmente falando, deve existir Deus, porquanto somente a «divindade» pode ter inteligência e poder suficientemente profundos para saber como julgar e galardoar. Por conseguinte, a imortalidade também deve ser um fato, pois neste mundo isso não se cumpre. Assim, pois, a concretização da justiça deve esperar o mundo posterior, e os homens deverão sobreviver à morte física, a fim de poderem ser julgados. Há uma eterna lei da colheita, segundo a semeadura, a qual se aplica a todos os homens. (Ver Gl 6:7,8). Até mesmo os crentes receberão aquilo que tiverem praticado «...por meio do corpo», no dizer de 2 Co 5:10. Bibliografia R. N. Champlin                

                                                                                                                          Pr. Magel

REBELIÃO,

  


                         A LUTA CONTRA A REBELIÃO E A DESAGREGAÇÃO NA IGREJA


A rebelião é como o pecado de feitiçaria, e a obstinação é como a idolatria e culto a ídolos do lar. Visto que rejeitaste a palavra do Senhor, ele também te rejeitou a ti". 1 Sm 15.23
Os princípios de autoridade e submissão ao Todo-Poderoso e aos superiores humanos são os alicerces mais importantes da edificação cristã.
Nm 16.1     Corá, filho de Isar, filho de Coate, filho de Levi, tomou consigo a Datã e a Abirão, filhos de Eliabe, e a Om, filho de Pelete, filhos de Rúben,
Nm 16.2     Levantaram-se perante Moisés com duzentos e cinquenta homens dos filhos de Israel, príncipes da congregação, eleitos por ela, varões de renome,
Nm 16.3     E se ajuntaram contra Moisés e contra Arão e lhes disse­ram: Basta! Pois que toda a con­gregação é santa, cada um deles é santo, e o Senhor está no meio deles; por que, pois, vos exaltais sobre a congregação do Senhor?
Nm 16.30  Mas, se o Senhor criar alguma coisa inaudita, e a terra abrir a sua boca e os tragar com tudo o que é seu, e vivos descerem ao abismo, então, conhecereis que estes homens desprezaram o Senhor.

Nm 16.31  E aconteceu que, acabando ele de falar todas estas palavras, a terra debaixo deles se fendeu.

Caim, Balaão e Corá

A lição 07 é um alerta para não seguirmos o caminho de Caim, que sentiu ódio contra seu irmão (Gn 4.3-8), nem o exemplo de Balaão, que agiu com ganância, avareza e imoralidade (Nm 22.1-35), nem a rebeldia de Corá, que se insurgiu contra a autoridade de Moisés como seu líder e pastor (Nm 16.1-35). O orgulho (que fez Caim rejeitar a soberania e os planos de Deus), a ganância (que levou ao profeta Balaão se tornar um mercenário), e a rebelião (que levou Corá se tornar um inimigo de Moisés) podem, ainda hoje, destruir muitas pessoas que não se arrependem de males que causam ao reino de Deus.
Caim
O ódio faz o homicida, e nenhum homicida tem parte no Reino de Deus.
"Porque esta é a mensagem que ouvistes desde o princípio: que nos amemos uns aos outros. Não como Caim, que era do maligno e matou a seu irmão. E por que causa o matou? Porque as suas obras eram más, e as de seu irmão, justas" (1Jo 3.11,12).
Qual a origem da violência no mundo? Que personagem bíblica cometeu o primeiro assassinato da história da humanidade? O que teria motivado tal homicídio? Por mais estranho que pareça, este lastimável episódio foi determinado pelo ódio religioso.
Este fato revela o primeiro conflito entre fé e incredulidade. A raça humana a partir daí dividiu-se, e está dividida até hoje.
Caim não se saíra bem em sua vida espiritual: sua oferta não fora aceita pelo Criador. Ele pouco ou nenhum valor atribuía a forma correta de sacrificar e adorar ao Senhor. O primogênito de Adão não sabia que Deus não se importava tanto com as formalidades e nem com o tipo de oferta, mas considerava principalmente as intenções do coração.
Dominado por súbita explosão de cólera, a despeito das oportunidades que teve de redimir-se e aceitar o caminho da verdadeira adoração, Caim lançou-se covardemente sobre seu próprio irmão e o matou.
Não tem sido essa a atitude do homem decaído em relação a seus semelhantes quando entorpecido de inveja e ódio? Poderiam esses maléficos sentimentos invadir o coração dos membros da família de Deus? "Ai deles !", é a expressão que o apóstolo Judas usou para evidenciar a seriedade do juízo divino contra os que derramam sangue inocente.
O que é mais importante para Deus: as ofertas em si ou as intenções do coração dos ofertantes?
Não são poucos os homens, mulheres, adolescentes e até crianças que, deixando-se contaminar pela inveja e pelo ódio, estão a trilhar o caminho de Caim. Mas, a advertência do apóstolo Judas, não deixa esperar: "Ai deles! Porque entraram pelo caminho de Caim".

O QUE É O CAMINHO DE CAIM

Com o nascimento de seu primogênito, ofereceu Eva um sacrifício de louvor e gratidão a Deus: "Alcancei do Senhor um varão" (Gn 4.1). Ela recebia a criança como prova de que a sua iniqüidade fora perdoada. Talvez até tivesse conjecturado estar ali, em seus braços, aquEle que viria a esmagar a cabeça da serpente.
Como nossa bondosa mãe estava enganada! Aquele bebezinho, cujo nome significava adquirido ou esperado, viria a esmagar não a cabeça da serpente, mas a do próprio irmão.
Tudo começou quando ambos resolveram apresentar as primícias de seu trabalho ao Senhor.
1. A oferta de Caim. Pensam alguns comentaristas que o Senhor rejeitou a oferta de Caim por ter sido esta uma oferenda vegetal e não cruenta como a de Abel. O Senhor, porém, jamais olhou para a espécie de oferta, mas sempre atenta para a qualidade do ofertante (Sl 51.16,17). Além disso, na Festa das Primícias(Celebração israelita, quando eram oferecidos ao Senhor os primeiros grãos colhidos. Reconhecimento público da provisão divina. Comemorada a 16 de nisã (março-abril), mais tarde, passou a ser chamada Pentecostes.), requeria Jeová, dos filhos de Israel, os frutos da terra e não os primogênitos dos animais (Ex 34.22).
Eis o que o Senhor diz a Caim ao ver-lhe descaído o semblante: "Se bem fizeres, não haverá aceitação para ti? E, se não fizeres bem, o pecado jaz à porta, e para ti será o seu desejo, e sobre ele dominarás" (Gn 4.7). Tivesse Caim subjugado o seu ódio, não somente seria aceita a sua oferta como ele próprio tornar-se-ia aceitável diante de Deus. Mas, agora, ainda que viesse ele a oferecer sacrifícios de sangue, far-se-ia abominável diante do Eterno (Is 66.3).
2. O primeiro homicídio. Já tomado pela inveja e por um ódio incontrolável, Caim matou traiçoeiramente a Abel: "E falou Caim com o seu irmão Abel; e sucedeu que, estando eles no campo, se levantou Caim contra o seu irmão Abel e o matou" (Gn 4.8).

O primeiro assassinato teve como cenário o campo que, desde aquela época, vem sendo marcado por violentas e inexplicáveis lutas. Todavia, o motivo para tantas mortes não é propriamente a posse da terra, e sim o ódio que Caim ainda não conseguiu controlar.
Infelizmente, até mesmo por um campo ministerial há obreiros dispostos a matar a seu irmão. Esquecem-se de que a Seara é do Senhor e não deles. Muito cuidado! O sangue de Abel está a clamar aos ouvidos de Deus.
Você odeia a seu irmão? Já não lhe consegue falar benignamente? Dobre os joelhos agora mesmo, a fim de que o Senhor Jesus, através de seu sangue, limpe-lhe o coração de toda a ira. Caso contrário: será marcado para sempre com o estigma do assassino.
3. O caminho de Caim. O caminho de Caim, por conseguinte, é a alternativa gerada pelo desamor, pela incompreensão e pela intolerância. É a inveja que leva ao ódio; é o ódio que induz ao homicídio.


A MARCA DE CAIM

Segundo alguns etimologistas, a palavra assassino provém do vocábulo haxixe. Esta era a erva que os matadores profissionais da antiga China usavam para executar a sua missão. Entorpecidos já pelo estupefaciente, tiravam a vida de seus semelhantes sem ligarem importância alguma aos seus atos.
Assim agiu Caim. Embriagado pelo ódio e tendo por entorpecente a inveja, matou ele a Abel, seu irmão. E, inquirido por Deus, saiu-se com uma evasiva que, ainda hoje, acha-se até mesmos nos lábios de muitos que se dizem servos de Deus.
1. A desculpa de Caim. Foi esta a resposta que Caim deu ao Senhor, quando o Justo Juiz lhe inquiriu acerca de Abel: "Não sei; sou eu guardador do meu irmão?" (Gn 4.9). Em hebraico, a expressão traduzida por guardador - shamer - é bastante significativa; evoca, entre outras coisas, os seguintes substantivos: guarda, protetor, mantenedor e reverenciador. Tudo isso deveria ser Caim em relação a Abel. Mas deste não passava agora de um desalmado algoz.
Você tem protegido a seu irmão? Tem-no ajudado em seus apertos e tribulações? Ou tem-no matado, pouco a pouco, com o seu ódio, inveja e incompreensões? Não se esqueça: você é o guardador de seu irmão. Tal incumbência é pessoal e intransferível.
2. A marca de Caim. De repente, percebe o assassino quão vulnerável tornara-se ao matar a seu irmão. Daquele momento em diante, qualquer pessoa achar-se-ia no direito de vingar o sangue de Abel. A fim de evitar que isso viesse a acontecer, pois a lei do dente por dente e olho por olho não havia sido ainda decretada, o Senhor faz um sinal em Caim para que a sua vida fosse poupada.
Que sinal era este? Não o sabemos. A Bíblia limita-se a descrever: "E pôs o SENHOR um sinal em Caim, para que não o ferisse qualquer que o achasse" (Gn 4.15). Em hebraico, a palavra usada para sinal é oth que, entre outras coisas, denota: marca, indício, estandarte e até milagre. Ali estava a marca do homicida; o indício de que um crime fora praticado; o estandarte do sangue inocente e a mensagem dramática de um Deus que, conquanto vingue os justos, tudo faz por levar o culpado ao arrependimento.
3. O primeiro código penal da história. O sinal que o Senhor Deus imprimiu em Caim funcionou como um admirável e sintético código penal. Todos os que para ele olhassem, conscientizar-se-iam de que nenhum crime haverá de ficar impune diante de Deus.

A CIVILIZAÇÃO DE CAIM

Fugindo da presença do Senhor, imigrou Caim para a região de Node, onde fundou uma cidade a qual deu o nome de seu filho, Enoque. Tinha começo ali, bem ao oriente do Éden, uma civilização que, embora brilhante, seria marcada pela violência e por um materialismo extremado (Gn 4.16-26).
1. Avanço tecnológico. Tubalcaim fez-se notório por dominar a técnica metalúrgica (Gn 4.22). Sem dúvida alguma, foi ele também o primeiro armeiro da história. Logo a seguir, temos o cântico da espada que seria entoado por seu pai, Lameque.
2. O cântico da espada. Certo dia, o bígamo Lameque conclama suas esposas, e recita-lhes um poema que ficaria conhecido como o cântico da espada: "Ada e Zilá, ouvi a minha voz; vós, mulheres de Lameque, escutai o meu dito: porque eu matei um varão, por me ferir, e um jovem, por me pisar. Porque sete vezes Caim será vingado; mas Lameque, setenta vezes sete" (Gn 4.23,24).
Desde Caim o mundo continua o mesmo. A cada assassinato, entoa-se o cântico de Lameque. Haja vista as músicas de rock e funk que incitam os jovens às drogas e à violência. O mandamento divino, porém, é: "Amai-vos uns aos outros".
Só há um caminho para se fugir ao caminho de Caim: Amar ao próximo como a si mesmo. Esta é a Lei e os Profetas. Quem não ama ao semelhante jamais poderá viver como discípulo de Nosso Senhor.
Você ama a seu irmão? Ou está pronto a executá-lo como o fez Caim? Não se deixe levar pela inveja nem pelo ódio. Curve-se diante de Deus, e considere a todos como superiores a si. E você verá como o amor de Deus será derramado em seu coração.
Balaão
"Os quais, deixando o caminho direito, erraram seguindo o caminho de Balaão, filho de Beor, que amou o prêmio da injustiça" (2Pe 2.15).
Quem se põe a comercializar as coisas de Deus só terá um prêmio a receber: a maldição eterna no lago de fogo.
Em que consistiu a "iniqüidade de Balaão"? Não era ele um professo adorador de Jeová? Que prêmio seria suficientemente tentador para desviá-lo do Todo-Poderoso e motivá-lo a amaldiçoar os escolhidos de Deus?
Por não poder amaldiçoar a Israel, Balaão tentou corrompê-lo, levando os hebreus a adotarem idéias pagãs, envolverem-se com mulheres moabitas e mergulharem na idolatria e em seus vícios.
Judas em sua epístola advertiu aos crentes a que não caíssem no engodo dos falsos obreiros que, seguindo a doutrina de Balaão, intentavam unir a Igreja de Cristo ao paganismo, conduzindo-a à imoralidade e desonra.
Balaão, o "profeta do erro", legou à posteridade um péssimo exemplo de apostasia, corrupção e mercenarismo. Abdicando da verdade, santidade e justiça, prerrogativas que bem caracterizam os profetas de Deus, cedeu à tentação do sucesso e do lucro material, fazendo Israel envolver-se no culto idólatra dos moabitas e em suas práticas imorais.
Desde então, Balaão passou a ser símbolo dos falsos mestres, que fazem de tudo para desencaminhar e corromper espiritual e moralmente o povo de Deus.
Quem é o apóstata? É aquele que, embora convencido da veracidade das Sagradas Escrituras, não hesita em torcê-la, desde que isso lhe traga ganhos e notoriedade. E como já vendeu a própria alma ao Diabo, não tem nenhum escrúpulo em comerciar com as almas dos santos.
Veremos que prêmio recebeu esse obreiro mercenário, que Judas escolheu para tipificar todos os que desprezam as coisas divinas, e porfiam em buscar as terrenas e perecíveis.
QUEM FOI BALAÃO
Apesar de estrangeiro, possuía Balaão um conhecimento privilegiado de Deus. Era tido inclusive como profeta. Todos lhe procuravam o conselho, pois dominava, e bem, a arte de amaldiçoar (Nm 23.11). Não sabemos se ele sabia abençoar, pois a maldição era a sua ciência predileta. Segundo consta, era originário da Mesopotâmia (Dt 23.4).
Tivera ele buscado a justiça e a piedade, estaria no rol daqueles gentios destacados no Sagrado Livro. Refiro-me a Melquisedeque, a Jó, ao mancebo Eliú e a Jetro. Infelizmente, preferiu ele o prêmio da impiedade. Hoje é lembrado não como profeta de Deus, mas como um mero e cobiçoso adivinho (Js 13.22).

A DOUTRINA DE BALAÃO

O pastor John H. Sailhamer afirmou que Balaão foi à procura de ganhos pessoais não se importando com a destruição da Obra de Deus. Era ele um negociante que não conhecia escrúpulos; não ligava importância quer à ética pessoal, quer à postura ministerial. Era um obreiro que gostava de levar vantagem em tudo.
1. Ele sabia que não se pode amaldiçoar o povo de Deus. Como amaldiçoar a Israel, se Israel era o objeto de todas as bênçãos de Deus? Balaão o sabia muito bem (Nm 24.10). Todavia, preferiu namorar o prêmio de Balaque .
Se tu, obreiro, não queres te corromper como Balaão, foge dos homens corruptos. Se com os corruptos ficares, corrompido tornar-te-ás (2Tm 3.5).

2. Ele sabia que Israel era povo de Deus. Haja vista as profecias que enunciou ao presenciar o arraial hebreu. Leia com atenção o capitulo 24 de Números.
Não são poucos os obreiros e teólogos que, apesar de terem uma clara visão da Igreja como povo de Deus, induzem-na ao mundanismo e à frialdade espiritual, pois somente assim poderão conquistar o prêmio de Balaão. Sabem eles muito bem que jamais poderão corromper uma igreja avivada, por isso lutam por tirar da igreja todo o avivamento. Mas o que eles não sabem é que o Senhor Jesus zela por sua amada, e por sua amada há de batalhar até às últimas consequências.
3. Ele sabia usar a teologia para corromper. Nunca se criou tantas teologias e modismos para se corromper o povo de Deus. É a teologia da prosperidade. É a confissão positiva. É a profissionalização do ministério. É a adoção dos costumes mundanos. É a glorificação da injustiça. E o que mais direi? Sofismando os mais caros enunciados bíblicos e teológicos, os tais obreiros lançam tropeços diante dos filhos de Deus.
Assim agiu Balaão. Como não pudesse amaldiçoar a Israel, tornou Israel objeto da maldição de Deus. O que fez ele? O próprio Cristo discorre sobre as proezas teológicas do profeta mercenário, corrupto e corruptor: "Mas umas poucas coisas tenho contra ti, porque tens lá os que seguem a doutrina de Balaão, o qual ensinava Balaque a lançar tropeços diante dos filhos de Israel para que comessem dos sacrifícios da idolatria e se prostituíssem" (Ap 2.14).
Devidamente instruído por ele, Balaque introduziu mulheres pagãs e desavergonhadas no arraial dos israelitas, induzindo-os a comerem comidas sacrificadas aos ídolos e a se prostituírem.
Assim agem os obreiros fraudulentos. Corrompem sutilmente os santos, a fim de lhes roubar os haveres e de lhes arrebatar as almas. O que mais almejam é o prêmio de Balaão.

O PRÊMIO DE BALAÃO

O prêmio de Balaão pode ser definido como o galardão daqueles obreiros que, além de se corromperem, fazem de tudo por corromper a Palavra de Deus e a Igreja de Cristo. Os que assim agem, afirma o comentarista inglês Mattew Henry, em nada diferem dos três mais notáveis criminosos do Antigo Testamento: Caim, Coré e o próprio Balaão.
Acerca destes, brada o apóstolo Judas: "Ai deles! Porque... foram levados pelo engano do prêmio de Balaão" (Jd 11). A expressão engano, no original grego, denota um indivíduo errante e desviado, que jamais conseguirá achar-se. E o substantivo prêmio - misthós - refere-se a uma recompensa, salário ou pagamento. A palavra é usada para descrever o mercenário que, em busca de seu prêmio, torce a Palavra de Deus e deixa-se corromper no ministério cristão.]
É claro que o obreiro é digno de seu salário (Lc 10.7, 2Tm 2.15). Todavia não podemos fazer comércio do povo de Deus (2Pe 2.3), nem agir por torpe ganância (1Tm 3.3). Eis o que recomenda Paulo: "Em tudo, te dá por exemplo de boas obras; na doutrina, mostra incorrupção, gravidade, sinceridade" (Tt 2.7).
A sedução do obreiro começa quando, premido pelas circunstâncias, já não fala o que a igreja precisa ouvir, mas o que determinados grupos querem escutar. Ele já não zela pela sã doutrina; está mais interessado em agradar aos poderosos do que ao Todo-Poderoso.
O obreiro se deixa seduzir quando vende a consciência para angariar os bens que aqui terminam e aqui se acabam. Lembra-te, porém, querido obreiro: não foste chamado para seres um homem do povo, mas um provado e legitimado homem de Deus. Não te deixes corromper pelo ouro de Balaque. Jamais coloques tropeço diante dos santos; os maus obreiros não ficarão impunes. O Deus que agiu no Antigo Testamento continua ativo e vigilante. Ele não tosqueneja.
Como está a nossa consciência? Tentados pelos prêmios deste mundo, respondamos como Daniel diante do oferecimento do corrompido Belsazar: "As tuas dádivas fiquem contigo, e dá os teus presentes a outro" (Dn 4.17).
"Os israelitas, na fase final de sua viagem à Terra Prometida, circundando Moabe, acamparam-se no vale do Jordão, defronte a Jericó. Desse lugar, movimentaram-se rumo ao norte, e conquistaram Seom, rei dos amorreus, em Gileade; e Ogue, rei de Basã. O rei Balaque, de Moabe, ao assistir toda essa movimentação, teve o bom senso para perceber que Israel obtinha suas vitórias não por causa de seus exércitos, mas porque Deus os abençoava, conduzindo-os de triunfo em triunfo. Balaque temia que Moabe fosse a próxima conquista de Israel. Mas os seus temores eram infundados, porque Deus havia instruído a Israel que o deixasse em paz (Dt 2.9). Como Balaque não sabia disso, resolveu lutar contra Israel. Todavia, como vencer o povo de Deus ? Havia somente um jeito. Encontrar alguém que pudesse desviar os favores divinos de Israel. Assim, ordenou que trouxessem do Eufrates a Balaão. Em seguida, exigiu que o profeta amaldiçoasse o arraial hebreu. Através da jumenta, porém, o Senhor advertiu a Balaão que o não fizesse (Nm 22.35).
Embora dissesse ser Yahweh o seu Deus (Nm 22.18), ele demonstrou ser ainda levado por atitudes pagãs. Pois instruiu a Balaque a oferecer vários sacrifícios, em lugares predeterminados, como o faziam os idólatras. O que ele buscava, desde o início, era de fato forçar a Deus a amaldiçoar a Israel. Mas, ao invés de amaldiçoar os israelitas, o Senhor os abençoou ainda mais.
Corá

"Porque a rebelião é como o pecado de feitiçaria, e o porfiar é como iniquidade e idolatria" (1Sm 15.23).
De que maneira vocês gostariam de ser lembrados em relação a obra de Deus? Como obreiros diligentes e abençoados ou como tropeços e causadores de dissidências?
Corá, que era levita, não é lembrado por seus préstimos à liturgia do tabernáculo ou ao ensino da lei do Senhor, mas por sua rebeldia contra Moisés e o próprio Deus. Invejoso por Moisés ter sido escolhido por Deus para liderar o povo, Corá pôs-se a criticá-lo e levantou um grupo para apoiar sua revolta, dificultando a liderança do servo de Deus.
Ainda hoje há obreiros que se enveredam pelo caminho de Corá. Eles se esquecem de que Deus não aceita o trabalho de quem é insubmisso aos seus reais representantes.
Corá foi punido por sua rebeldia, e com ele todos os seus seguidores.
O inspirado comentarista norte-americano, Warren Wiersbe, assim discorre acerca da rebelião de Corá, Datã e Abirão: "Os que imitam a Corá estão a desafiar a Palavra de Deus e aos ministros por ele constituído".
Infelizmente, o pecado de Corá não pereceu com Corá. Muitos têm sido os imitadores do rebelado obreiro. Lembra-se de Abimeleque? Do jovem Absalão? E de Alexandre, o latoeiro? Eles todos imitaram a Corá, que era, por seu turno, um perfeito imitador do Diabo.
Vejamos como o apóstolo Judas usa a imagem de Corá a fim de retratar os que se rebelam contra Deus e contra os seus ministros.
QUEM ERA CORÁ
Corá era um obreiro que tinha tudo para dar certo. Pertencia a tribo de Levi; possuía uma subsistência vitalícia e, por todos os seus irmãos, era ele honrado. Além disso, achava-se entre a nobreza de Israel.
Só havia um problema com Corá; não tinha a cabeça no lugar. Assemelhava-se a muitos obreiros que, de ministério em ministério e de convenção em convenção, vivem a causar divisões e cismas na Obra de Deus.
Tivesse ele mais paciência e humildade, receberia certamente uma elevada honra na Casa de Levi. Infelizmente, Corá era um obreiro mui pretensioso; achava que o mundo girava em torno de si.

A CONTRADIÇÃO DE CORÁ

O capitulo 16 de Números revela-nos ter sido Corá um obreiro que era a mesma pretensão. Vejamos até onde chegavam o orgulho, a vaidade e as demandas desse obreiro.

1. Seu orgulho espiritual. Corá era do tipo de obreiro que se orgulhava de ser humilde. Eis o que disse a Moisés: "Demais é já; pois que toda a congregação é santa, todos eles são santos, e o SENHOR está no meio deles; por que, pois, vos elevais sobre a congregação do SENHOR?" (Nm 16.3).
Atrás de todo esse vocabulário piedoso, havia um irreprimível espírito de rebeldia. Nas entrelinhas, estava Corá a dizer que, já que toda a congregação era santa, por que precisaria de um pastor?
Lembra-se daqueles crentes de Corinto que, batendo no peito, afirmavam ser apenas de Jesus? São os piores. Pelo menos os que se diziam de Paulo, a Paulo obedeciam; os que diziam ser de Cefas, a Cefas se curvavam. Mas os que afirmavam pertencer apenas a Jesus, implicitamente declaravam que, para eles, não havia pastor, nem presbítero, nem diácono. Não aceitavam nenhum líder. Eles parecem espirituais e até santos, mas os seus frutos mostram que, na verdade, são soberbos, desobediente e rebeldes.
 O inconformismo de Corá. Corá era do tipo de obreiro que jamais se conformou com o cargo que lhe confiara o Senhor. Não lhe bastava o sacerdócio; queria o lugar de Aarão. Aliás, já exigia o posto de Moisés.
Infelizmente, não são poucos os obreiros que vem imitando a Corá. Se diáconos, não se preocupam em servir; cobiçam o presbiterado. Já presbíteros, almejam a cadeira do pastor. Todavia, não servem, nem consolam nem pastoreiam. Buscam uma glória que, definitivamente, de nada lhes aproveita.
Ao pretensioso e inconformado Corá, exorta Moisés: "Porventura, pouco para vós é que o Deus de Israel vos separou da congregação de Israel para vos fazer chegar a si, a administrar o ministério do tabernáculo do SENHOR e estar perante a congregação para ministrar-lhe?" (Nm 16.9).
Do Senhor, querido obreiro, tens recebido as maiores honras e deferências. Por isso, não te deixes levar pelas revoltas. Agradece a Deus pelo ministério que Ele te confiou.

3. A desobediência de Corá. Além de orgulhoso e inconformado, o bando de Corá era desobediente. Quando Moisés convocou a Datã e a Abirão para uma reunião de prestação de contas, responderam eles: "Não subiremos" (Nm 16.13).
Como é difícil lidar com o desobediente! Ele não obedece a ninguém. Prestar contas? Nem pensar. Todavia, o obreiro que tem o hábito de prestar contas à sua convenção, ao seu pastor-presidente, ao seu ministério, à sua igreja e à sua família, jamais cairá em certas contradições e pecados.

4. A contradição de Corá. Diz Judas que Corá pereceu em sua própria contradição. Em grego, antilogía. O vocábulo não significa apenas contradição, mas também controvérsia. Isto significa que Corá vivia para criar controvérsia entre o povo de Deus. E as suas controvérsias acabaram por criar toda uma congregação de rebeldes.

A CONGREGAÇÃO DOS REBELDES

Diz o texto sagrado que Corá e o seu bando congregaram-se contra Moisés (Nm 16.3). Em tudo pareciam uma igreja bem constituída. Achavam-se organizados, possuíam um guia, faziam uso de um vocabulário místico e ostensivamente professavam o nome de Deus. Todavia, não passavam de uma congregação de rebeldes.
Temos de estar bem atentos aos que se congregam para se rebelarem contra a Obra de Deus.

1. O rancho dos profetas. Não são poucos os profetas que se reúnem para jogar a igreja contra o seu pastor e o pastor contra o ministério. Brincando com o nome de Deus e abusando dos dons espirituais, destroem lares e reputações. Parecem ovelhas, mas não passam de lobos; dilapidam o patrimônio dos santos e o tesouro da igreja.
Se você tem algum problema, não saia por aí à cata de profecias. Fale com o seu pastor. Se Deus lhe tem alguma palavra profética, esta certamente virá. Consulte a Bíblia - a inspirada, inerrante e infalível Palavra de Deus.
Quanto aos que detém o dom profético, que se conscientizem: 1) O dom não lhes pertence, é uma dádiva divina; 2) A direção da igreja não foi confiada aos que receberam os dons espirituais, mas aos que o Senhor confiou os dons ministeriais (Ef 4.8-11); 3) Insurgir-se contra o pastor da igreja e seu ministério significa rebeldia; é um pecado tão grave quanto o de feitiçaria (1Sm 15.23),         Pr. Magel